Conhecendo o Ambiente
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Ar O
desenvolvimento industrial e urbano tem originado em todo o mundo um aumento
crescente da emissão de poluentes atmosféricos. O acréscimo das concentrações
atmosféricas destas substâncias, a sua deposição no solo, nos vegetais e nos
materiais é responsável por danos na saúde, redução da produção agrícola,
danos nas florestas, degradação de construções e obras de arte e de uma
forma geral origina desequilíbrios nos ecossistemas. Em Portugal, os problemas
de qualidade do ar não afectam o território de uma forma sistemática,
encontrando-se localizados em algumas áreas onde é maior a concentração
urbana e a presença de grandes unidades industriais (Sines, Setúbal,
Barreiro-Seixal, Lisboa, Estarreja e Porto). No entanto, a poluição do ar,
devido às características da circulação atmosférica e devido à permanência
de alguns poluentes na atmosfera por largos períodos de tempo, apresenta um carácter
transfronteira e é responsável por alterações ao nível planetário, o que
obriga à conjugação de esforços a nível internacional. São, deste modo,
exigidas ações para prevenir ou reduzir os efeitos da degradação da
qualidade do ar o que já foi demonstrado ser compatível com o desenvolvimento
industrial e social. A gestão da qualidade do ar envolve a definição de
limites de concentração dos poluentes na atmosfera, a limitação de emissão
dos mesmos, bem como a intervenção no processo de licenciamento, na criação
de estruturas de controlo da poluição em áreas especiais e apoios na
implementação de tecnologias menos poluentes. Efeitos
da Poluição Atmosférica Ao
nível da saúde humana a poluição atmosférica afecta o sistema respiratório
podendo agravar ou mesmo provocar diversas doenças crônicas tais como a asma,
bronquite crônica, infecções nos pulmões, enfisema pulmonar, doenças do
coração e cancro do pulmão. Os poluentes atmosféricos podem afectar a vegetação
por duas vias: via directa e via indirecta. Os efeitos directos resultam da
destruição de tecidos das folhas das plantas provocados pela deposição seca
de SO2, pelas chuvas ácidas ou pelo ozono, reflectindo-se na redução da área
fotossintética. Os efeitos indirectos são provocados pela acidificação dos
solos com a consequente redução de nutrientes e libertação de substâncias
prejudiciais às plantas, resultando numa menor productividade e numa maior
susceptibilidade a pragas e doenças. Os efeitos negativos dos poluentes nos
materiais resultam da abrasão, reacções químicas directas ou indirectas,
corrosão electroquímica ou devido à necessidade de aumentar a frequência das
acções de limpeza. As rochas calcáreas são as mais afectadas, nomeadamente
pela acidificação das águas da chuva. Os odores são responsáveis por
efeitos psicológicos importantes estando associados, sobretudo, aos locais de
deposição e tratamento de resíduos sólidos e a algumas indústrias de que são
exemplo as fábricas de pasta de papel. Fontes
Poluidoras A
nível nacional destacam-se, pelas suas emissões, as Unidades Industriais e de
Produção de Energia como a geração de energia eléctrica, as refinarias, fábricas
de pasta de papel, siderurgia, cimenteiras e indústria química e de adubos. A
utilização de combustíveis para a produção de energia é responsável pela
maior parte das emissões de SOxe CO2 contribuindo, ainda, de forma
significativa para as emissões de CO e NOx. O uso de solventes em colas,
tintas, produtos de protecção de superfícies, aerossóis, limpeza de metais e
lavandarias é responsável pela emissão de quantidades apreciáveis de
Compostos Orgânicos Voláteis. Existem outras fontes poluidoras que, em certas
condições, se podem revelar importantes tais como: ü
A
queima de resíduos urbanos, industriais, agrícolas e florestais, feita muitas
vezes, em situações incontroladas. A queima de resíduos de explosivos,
resinas, tintas, plásticos, pneus é responsável pela emissão de compostos
perigosos (ver Fichas, e ); ü
Os fogos florestais são, nos últimos anos, responsáveis por emissões
significativas de CO2; ü
O uso de fertilizantes e o excesso de concentração agropecuária, são os
principais contribuintes para as emissões de metano, amoníaco e N2O; ü
As indústrias de minerais não metálicos, a siderurgia, as pedreiras e áreas
em construção, são fontes importantes de emissões de partículas. Fontes
Móveis As
fontes móveis, sobretudo os transportes rodoviários, são uma fonte importante
de poluentes, essencialmente devido às emissões dos gases de escape, mas também
como resultado da evaporação de combustíveis. São os principais emissores de
NOx e CO, importantes emissores de CO2 e de COV, além de serem responsáveis
pela emissão de poluentes específicos como o chumbo. Efeito
de Estufa A
temperatura da troposfera é pouco afetada pela radiação solar direta, a que
é relativamente transparente, aquecendo sobretudo como resultado da absorção
das radiações de grande comprimento de onda emitidas pela superfície
terrestre. A absorção da radiação terrestre é efetuada por diversos
compostos de que se salienta o CO2 mas também o CH4, Ozono, N2O e os CFC. Estes
funcionam assim como os vidros de uma estufa, deixando passar a radiação solar
que aquece o solo e retendo a radiação terrestre. É por esta razão que o acréscimo
na concentração destes poluentes poderá ter como reflexo o aumento da
temperatura do ar. O aumento da temperatura do globo terá como consequências
prováveis o aumento das áreas desérticas bem como o degelo das calotes
polares com a consequente subida do nível das águas dos oceanos. Registaram-se
nos últimos anos aumentos da concentração atmosférica de CO2, numa amplitude
que ultrapassa as oscilações do último milhar de anos e de que as principais
causas serão o aumento de uso de combustíveis fósseis e a deflorestação. O
reconhecimento por parte da Comunidade Internacional, da grande importância da
estabilização dos gases com efeito de estufa a níveis que não afetem o
sistema climático global, levou à adoção da Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre as alterações climáticas, que entrou em vigor a 21 de Março de
1994. Medidas
de Controlo da Poluição Atmosférica Para reduzir a concentração dos poluentes atmosféricos são necessárias tanto medidas preventivas como corretivas, assumindo a informação um papel fundamental na mobilização dos cidadãos. Entre os principais meios de intervenção disponíveis contam-se:
Estabelecimento
de limites de qualidade do ar ambiente Os
valores limite de concentração de poluentes atmosféricos definem níveis de
concentração de poluentes no ar ambiente necessários (com uma determinada
margem de precaução) para proteger a saúde pública. Atualmente, em
Portugal, existem limites para SO2, Partículas em Suspensão, NO2, CO, Chumbo e
Ozono.
Para maiores informações acesse: Autora : Bárbara Camille Rocha |